22 de novembro de 2024

Ativos digitais: redefinindo as bases do sistema financeiro global

Finect

 

Aurora Cuadros, diretora corporativa de Securities Services do Cecabank.

 

Os ativos digitais «se assentaram como uma realidade transformadora que está marcando o mapa de caminho dos mercados financeiros»

«A custódia de ativos requer de uma evolução do mundo tradicional a este novo mundo cripto»

As tecnologias emergentes como a tokenización de ativos, a DLT e a inteligência artificial estão causando impacto profundamente na indústria financeira. O universo inesgotável dos ativos digitais provoca tal diversidade de tipologias que impede poder conferir-lhes uma única definição. Não obstante, se faz patente que se assentaram como uma realidade transformadora que está marcando o mapa de caminho dos mercados financeiros.

As criptomonedas, as moedas digitais soberanas, os tokens e os NFT se converteram em elementos chave na transformação financeira, impulsionados pela irrupção e o desenvolvimento acelerado de novas tecnologias. Tão só observando o crescimento das moedas digitais nos últimos anos podemos evidenciar o potencial deste mercado; hoje em dia existem já mais de 22.000 tipos diferentes de criptomonedas segundo cifras de CoinMarketCap. Portanto, não falamos de uma tendência passageira, senão de um fenômeno que está redefinindo aspetos estruturais e de funcionamento dos mercados a nível mundial.

O rápido crescimento dos ativos digitais - setor que supera os 2,4 bilhões de dólares de capitalização em cripto e os 13.500 milhões em tokenización, segundo RWA - monopoliza a atenção de investidores e reguladores em todo o mundo.

Além disso, o ecossistema deste tipo de ativos apresenta uma série de paradigmas; nos encontramos perante um setor que mostra evidentes oportunidades, mas também importantes desafios reguladores. Se evidencia uma incessante demanda de entornos seguros, especializados e regulados que permitam obter o máximo potencial destes instrumentos, ao mesmo tempo que se põe de manifesto a importância de estabelecer os marcos necessários que regulem e garantam de forma idônea tanta a proteção dos investidores como as integridade do sistema financeiro, sublinhando a necessidade de manter um enfoque equilibrado que promova a inovação, mas sem comprometer a segurança e a transparência.

Harmonia legislativa para fomentar o diálogo e a segurança nos mercados

Vivemos uma nova era geopolítica e enfrentamos a incerteza em um mundo de riscos interconectados. Tal e como ressalta o Fórum Econômico Mundial no seu recente relatório ‘Digital Assets Regulation: Insights from Jurisdictional Approaches’, vários governos ao comprido e largo do planeta estão adotando já enfoques diferentes para regular os ativos digitais e poder responder aos desafios e oportunidades que brindam. Entre os desafios: a sua natureza descentralizada, o equilíbrio entre privacidade e segurança, a sua elevada volatilidade, a acelerada inovação tecnológica e, como não, a fragmentação reguladora. E entre as oportunidades que nos oferece sentar uma base reguladora: garantir a proteção do investidor, melhorar a segurança e prevenir as atividades ilícitas, fomentar a inovação e outorgar estabilidade ao sistema.

Frente à necessidade de um regulamento que - adaptada aos novos desafios tecnológicos que enfrenta o setor financeiro - contribuísse um marco de segurança jurídica para o mercado de ativos digitais, a Europa tomou um papel proativo na adoção responsável e regulada dos ativos digitais.

Com o estabelecimento do regulamento europeu Mica (Markets in Crypto-Assets), previsto para janeiro de 2025, se sentaram as bases para estabelecer umas normas claras que contribuam a constituir um mercado seguro e estruturado, proporcionando um marco regulador que contribui proteção, segurança e transparência aos investidores e, ao mesmo tempo, os fornecedores de serviços de criptoactivos. Este regulamento não só estabelece pautas para a comercialização de criptoactivos, senão que também regula a custódia, a emissão e a gestão destes ativos. A importância deste avanço é significativa, pois estabelece standars de transparência e proteção ao consumidor em um setor onde, até agora, a volatilidade e a falta de regulamento inspiravam desconfiança.

Perante este contexto, é fundamental possuir uma visão estratégica e setorial. Contar com um sócio de confiança, como Cecabank, entidade B2B que destaca pela sua capacidade de antecedência aos desafios que enfrenta o setor financeiro e o potencial de adaptação às novas tendências para emprestar os melhores serviços no momento que os seus clientes o requerem, é chave.

Especialização e inovação para liderar o mercado

A nível global, a indústria financeira está experimentando uma transformação sem precedentes promovidas pela tokenización de ativos, especialmente no setor da gestão de fundos. Tal inovação está sendo impulsionada pela tecnologia blockchain que está redefinindo a forma de comercializar, gerir e distribuir os ativos financeiros. É uma realidade que os grandes bancos e os gerentes estão começando a lançar fundos tokenizados, em concretos fundos tokenizados monetários sobre tecnologia blockchain, pelas vantagens que concede a entidades e investidores. Não cabe dúvida de que esta tecnologia contribui maior liquidez, capacidade operativa instantânea e transparência que a utilizada até agora pelo sistema financeiro, dotando-lhe de maior eficiência, melhor traçabilidade e redução de custos.

No âmbito dos bancos custodios, há que ser consciente de que a custódia de ativos requer de uma evolução do mundo tradicional a este novo mundo cripto. Os bancos custodios, como infra-estruturas críticas do sistema financeiro, têm um papel muito relevante que jogar como prestadores de serviços de criptoactivos. Com a chegada do rigoroso regulamento Mica, se contará com o marco regulador necessário para poder começar a operar. Por isso, desde 2019, Cecabank leva construindo um ecossistema que lhe permitirá oferecer serviços de custódia de ativos digitais a clientes institucionais em 2025, com as maiores garantias de compliance, gestão do risco e cibersegurança, entre outros múltiplos aspetos.

Cecabank, banco de referência em custódia e depositaria, player financeiro fundamental, entidade regulada e supervisionada desde a sua criação, e fornecedor independente e neutro da máxima confiança, possui o conhecimento e as capacidades técnicas necessárias para expandir a sua cadeia de valor mediante serviços especializados e avançar na custódia de chaves criptográficas.

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