Maio/junho 2021
"Estamos sempre a implementar novas soluções tecnológicas para as nossas instalações que nos permitam obter conhecimento, controlo, eficiência e segurança", explica Guillermo González García, diretor de Imóveis, Segurança e Serviços do Cecabank, que analisa com a Cuadernos de Seguridad as estratégias implementadas na entidade face à pandemia, bem como o papel da digitalização no setor bancário.
— Quais foram os maiores desafios enfrentados pelo departamento de Imóveis, Segurança e Serviços do Cecabank neste último ano?
— Sem dúvida alguma, lidar com uma pandemia inesperada. É um desafio de uma magnitude que raramente teremos de gerir no decurso da nossa vida profissional. Mudou a forma como trabalhamos, a forma como nos relacionamos uns com os outros e a forma como vivemos em geral, e forçou-nos a fazer enormes mudanças para nos adaptarmos a uma nova realidade e continuarmos a servir os nossos clientes com total normalidade.
— Quais foram os elementos-chaves para garantir a segurança e a proteção dos funcionários e clientes do Cecabank nesta crise de saúde que estamos a atravessar?
— No Cecabank abordámos esta crise a partir de vários comités, nos quais o foco principal sempre foi a proteção da saúde dos funcionários e das suas famílias e a continuidade do negócio. Isto permitiu-nos tomar as melhores decisões em tempo recorde. Sempre nos mantivemos a par da evolução da pandemia, avaliámos as medidas de proteção propostas pelas autoridades sanitárias e implementámos as que tiveram a maior eficácia de proteção, por mais triviais que tenham parecido. Estas premissas, juntamente com o apoio da tecnologia apropriada para fornecer ao pessoal de equipamentos e software otimizado para facilitar a comunicação e colaboração entre pessoas, foram as ferramentas-chave que nos têm permitido continuar a nossa atividade sem incidentes significativos nos nossos serviços e clientes.
— Face a um evento sem precedentes como foi a Covid-19, mudaram a estratégia e planos de ação do departamento de Imóveis, Segurança e Serviços do Cecabank?
— Sem dúvida que as estratégias e planos de ação mudaram, foram orientados e especializados para solucionar os desafios que enfrentamos diariamente. Como resultado, obtivemos novos protocolos de ação específicos para a Covid-19, revendo todos os aspetos da operação, ocupação e segurança dos espaços, com o envolvimento de todas as empresas de serviços, o que permitiu que nos adaptassemos à situação nas melhores condições possíveis. No entanto, embora esta pandemia demore mais tempo a resolver-se do que pensávamos, esperamos que um dia termine e que possamos recuperar as nossas estratégias de ação pré-Covid, centradas em novos métodos de trabalho (metodologias Agile), colaboração, equipas multidisciplinares e mesmo incorporando o teletrabalho de forma organizada e não forçada como acontece atualmente. De qualquer forma, a experiência da Covid conta com alguns elementos que permanecerão connosco, tais como o teletrabalho, que coexistirão no novo modelo de trabalho do futuro.
— Esta crise tem sido um grande acelerador para a digitalização da sociedade e especificamente das empresas com a implementação do teletrabalho. Foram estabelecidos mecanismos e protocolos para melhorar a cibersegurança?
— No setor financeiro em geral, o nível de digitalização de partida já estava bastante avançado, pelo menos muito mais do que noutros setores. No entanto, tivemos de fazer um sprint final que, no nosso caso, nos permitiu fornecer aos funcionários as ferramentas de comunicação e informáticas para realizar um confinamento quase total em apenas alguns dias, sem afetar a atividade da entidade. O mais importante é que a entidade definiu procedimentos de melhoria contínua da ciber-segurança, monitorizando as ameaças de forma permanente para colmatar lacunas de segurança e minimizar possíveis ataques, com uma equipa altamente profissional, capaz de manter um nível muito elevado de proteção com base num conhecimento profundo da tecnologia. A grande variedade, magnitude e possível impacto de possíveis ciberataques provoca-nos a todos uma grande insegurança e só podemos agir com profissionalismo e com o trabalho constante realizado pelos nossos departamentos de TI e de segurança informática em coordenação com os departamentos operacionais.
— As soluções tecnológicas nas instalações do Cecabank foram implementadas ou melhoradas nos últimos anos?
— Estamos sempre a implementar novas soluções tecnológicas para as nossas instalações que nos permitem ganhar conhecimento, controlo, eficiência e segurança nas mesmas. As áreas de ação são muito diversas, desde sistemas de impressão com segurança reforçada a sistemas de CCTV suportados por sistemas de inteligência artificial. Todas as oportunidades de modernização das instalações ou renovação de contratos de serviços devem ser aproveitadas para introduzir as melhores tecnologias e práticas do momento, o que nos trará maior eficiência e segurança na continuidade do negócio.
— De uma perspetiva profissional e pessoal, que lições aprendeu ao viver uma experiência do âmbito desta pandemia?
— Possivelmente pode resumir-se muito bem em dois conceitos: resiliência e gestão da mudança. Tivemos de aprender a adaptar-nos às circunstâncias que descobrimos pelo caminho e às quais tivemos de responder de todas as áreas da empresa, desde a cultura, comunicação, espaços, segurança e tecnologia com grande rapidez e contundência para que o negócio se mantivesse sempre operacional. Um grande desafio que só pode ser alcançado com a participação de todas as partes de uma organização que tem de funcionar como uma engrenagem perfeita.
— Que aspetos do setor da segurança privada, formação, tecnologia, profissionalismo, etc., devem ser reforçados e melhorados?
— Há sempre muitos aspetos em que é possível encontrar oportunidades, o avanço da tecnologia, por exemplo, oferece-nos regularmente oportunidades de poupança de custos com sistemas cada vez mais inteligentes e sofisticados aos quais temos de estar atentos. Mas se tenho de mencionar uma área na qual devemos estar sempre presentes é a área da colaboração. Refiro-me à colaboração nos seus dois aspetos mais interessantes: a colaboração entre instituições e/ou setores com interesses comuns e colaboração pública/privada. No primeiro, encontraremos oportunidades de partilhar soluções que respondam a problemas semelhantes que afetem estas entidades ou grupos. Na colaboração público/privada, procuramos que as administrações e em particular as CFSE sejam capazes de compreender não só os problemas que nos afetam, mas também como fornecer soluções adequadas, eficazes e simples de aplicar. Devemos aproveitar o apoio que o setor público oferece através dos seus organismos de colaboração e integrá-los nas estratégias e objetivos dos departamentos de segurança.